EDGERS - Campeã do Rally dos Sertões 2016

EDGERS - Campeã do Rally dos Sertões 2016

Estamos muito felizes por termos participado do Rally mais disputado do Brasil. Além de ter sido nosso primeiro ano na prova, saímos com a vitória na categoria Motos. Nossos pilotos participantes, nos contaram com exclusividade um pouco do que enfrentaram após 3.212 km, com muita poeira, calor, desafios e paisagens incríveis pelo interior do Brasil.

GREGÓRIO CASELANI
Falando da estrutura, a equipe Honda tem hoje a melhor do Brasil. Possuímos uma carreta (motorhome), um caminhão baú (motorhome) para levar as motos, duas caminhonetes 4x4 com uma moto em cada para apoio rápido (início, meio e fim de especial) e uma Sprinter. 

No prólogo tentei andar forte mas não consegui, ficando com a quinta posição.

O primeiro dia foi o dia mais curto do rali, com apenas 111km. Passamos por trechos de serra bem sinuosos e estreitos, grande parte do tempo com barrancos nos dois lados. Preferi não me arriscar muito, achei a especial bem perigosa e desacelerei. Fiquei com o quinto lugar com três minutos e pouco em desvantagem para o piloto Ramon Sacilotti.

No briefing para o segundo dia, a organização mudou a ordem de largada. Normalmente, cria-se a ordem a partir do resultado do dia anterior, mas resolveram voltar uma antiga regra, possibilitando que os cinco primeiros escolhessem suas posições. Acabei largando em segundo, logo atrás do meu companheiro de equipe Jean Azevedo - o que me ajudou bastante.

Nos deparamos então com o trial mais pesado da prova. Logo nos primeiros 70 km de especial, vi um terreno com muita lage, bem parecido com a Serra da Canastra. Larguei forte para não deixar que meus companheiros abrissem muito tempo de vantagem. Chegando mais à frente (entre os km 120-180) troquei posições com o Jean até segunda etapa do dia que foi bem mais rápida. Jean largou na frente mas cometeu dois erros que me possibilitaram retornar à frente e abrir uma vantagem até o final. Com isso, consegui descontar o tempo perdido e garantir a segunda colocação no acumulado, com apenas 13 segundos atrás.

No terceiro dia, com a queda do meu companheiro de equipe Tunico Maciel no dia anterior, passei a ter um ‘mochileiro’ (apoio) durante as especiais. Em acordo com o Jean, abri a especial do dia e fomos para a prova. Os primeiros 100km foram bem sinuosos, muitas serras no percurso, mas consegui andar bem. No abastecimento vi que estava mais ou menos empatado com o Ramon e com +1min à frente do outro piloto, Ricardo Martins. A essa altura, Jean já havia tido problemas na corrente da moto, minha briga portanto seria com os dois pilotos. Depois do abastecimento, acabei errando novamente a navegação e perdi mais ou menos 1 minuto de vantagem. No último quarto de prova consegui recuperar meu ritmo entre o quilômetro 280 - 400, fechando o dia a 3 minutos à frente do Ramon. O Ricardo infelizmente se acidentou e teve a moto destruída pelo fogo.

Após ficar fora da briga pelo título, quem também passou a me ajudar no quarto dia foi Jean Azevedo. Com esse time ao meu lado, pude administrar melhor a prova, optando por uma pilotagem mais segura - além de ter ainda 8 minutos de vantagem para o piloto, Ramon Sacilotti. Foi uma dia bem duro, com 370km de especial com retas muito longas, exigindo bastante das motos. Larguei forte, fiz os primeiros 30km em um bom ritmo e pude administrar mais a prova. Terminei o dia com três ou quatro minutos à frente do Ramon o que me deixou mais confiante ainda.

O quinto dia, ainda na etapa Maratona, seria o dia mais longo do Rally com 520km, saindo de Mateiros(TO) até Ponte Alta(TO). Durante essa etapa, as motocicletas dormem no parque fechado. Os pilotos possuem 15 minutos no início do dia para colocar planilha, filtro, e 30 minutos para algum reparo ao fim do dia. Com o peso da equipe Honda em cima de mim, acabei cometendo alguns erros de navegação na saída, mas mantive a cabeça no lugar e fui mantendo minha margem de segurança. Neste mesmo dia, acabei encontrando com o Ramon parado com problemas de combustível, mesmo sendo meu concorrente direto, parei para perguntar se ele precisava de alguma peça. Esse é o espírito do rali, temos que ajudar uns aos outros para disputarmos de maneira competitiva independente de quem seja. Estávamos no Jalapão, dos 520km de especial, 450 eram de uma areia pesada, com o Sol bem forte e temperaturas próximas a 45C. Mesmo assim, terminei o dia bem, conseguindo 8 minutos de vantagem sobre o segundo colocado.

No sétimo e último dia, o título já estava mais encaminhado, a última especial (220km) era bem rápida, um chão batido sem grandes surpresas no terreno. A ordem de largada ficou com Jean, Tunico e eu. Largamos bem e Jean foi na frente, Tunico largou em seguida mas me esperou para irmos juntos, e fizemos um ritmo bem tranquilo, fazendo uma pilotagem com grande margem de segurança.

E o rali terminou da forma que todos já viram: Equipe Honda e Edgers campeãs do Rally dos Sertões, Campeãs Brasileiras de Cross Country na Super Production e na Geral. Tenho muito a agradecer à vocês. Os produtos estão top, nenhuma peça incomodou durante o ano inteiro. Gostaria de parabenizar o sucesso da empresa e conte conosco para o que precisar.

JEAN AZEVEDO
Esse ano o Sertões foi caracterizado por ter sido uma prova bem dura. Voltamos a correr no Jalapão, com etapas bem longas, que exigiram bastante da parte física dos pilotos e de nosso equipamentos.

Tive um problema e acabei ficando fora da disputa pelo título na terceira etapa, mas consegui fazer uma boa corrida vencendo quatro etapas mais o prólogo.

Tivemos situações de terreno bem diversificadas neste ano. No início, passamos por muitas pedras, serras e montanhas, e a medida que nos aproximamos do final, encontramos um terreno mais arenoso já na região do Jalapão.

Disputei o rali a bordo de uma Honda CRF450X. É uma motocicleta que já conheço desde 2013 e me proporcionou alguns títulos como três Campeonatos Brasileiros, no Sertões, em 2014, fui o melhor brasileiro colocado e o ganhei o título em 2015. É uma moto que me traz desempenho, conforto e confiança enquanto piloto.

A Equipe Honda foi fantástica, é como uma família para mim. Todos trabalham em prol do bem comum. Após a queda do Tunico Maciel na segunda etapa e o problema mecânico que tive na terceira etapa, passamos a trabalhar para garantirmos da vitória do Gregório - que ainda disputava o título. Tenho a honra em fazer parte deste time!

Agora é preciso focar em 2017, meu objetivo era o heptacampeonato na Geral das motos, mas infelizmente não consegui chegar. De qualquer forma, faço um balanço positivo da prova, fomos campeões com o Gregório Caselani e fico feliz em ver a Honda no lugar mais alto do pódio mais uma vez.

TUNICO MACIEL
Foi um bom rali. No prólogo (tomada de tempo para a ordem de largada), andei bem consciente, tranquilo para não cometer erros e consegui o quarto melhor tempo garantindo uma boa largada para o dia seguinte. 

No primeiro dia de provas, cheguei no piloto no km47 e fui até o fim da especial atrás dele. Havia muita poeira e o piloto não havia me visto, dificultando a ultrapassagem.

No segundo dia, cheguei a liderar a prova com boa vantagem. Após o abastecimento, tive um problema mecânico na moto, acabei errando em uma curva e bati em um mourão de cerca. Após a queda, comecei a sentir muita dor interna no peito e no tornozelo, o que me preocupou bastante e me forçou a abandonar o dia. Esse episódio caracterizou um forfait, acumulando o tempo máximo de prova mais as penalizações dos way points que não completei - o que me tirou da briga pelo título da prova.

A partir do segundo dia, o rali teve um significado especial. Abdiquei da minha prova e passei a participar como apoio do meu companheiro de equipe, Gregório Caselani. Andamos juntos quatro dias, mas graças a Deus não foi necessário minha ajuda e deu tudo certo no final.

Minha CRF450X foi perfeita. Consegui terminar todas as etapas do rali com ela em ótimo estado. Os equipamentos Edgers que utilizei também funcionaram muito bem, coroa, pinhão, manetes. Me senti bem confortável.

O terreno da prova foi misto, a primeira metade foi de muita pedra e cascalho, e o restante foi caracterizado pela areia pesada e piçarra. Foi um rali muito completo e exigiu bem da parte física.

A equipe Honda foi excelente: mecânicos, cozinheiros, ajudantes, Dário Júlio (chefe de equipe).. não tenho como agradecer e o que dizer, estou muito feliz. O ano passado foi um ótimo rali, mas não chegou nem perto do aprendizado que pude vivenciar este ano. Mesmo sem chances de título, consegui me esforçar para ajudar minha equipe ao máximo.

Gostaria de agradecer à todos os patrocinadores e aos meus preparadores físicos Maykeline Pereira e ao Ronnan Cunha proprietário do Studio Fit Mais, onde faço Crossfit e me ajudam bastante.

TÚLIO MALTA
Esse ano, foi minha primeira experiência no rali. Comecei correndo o Jalapão 500 em junho, uma prova que precede o Sertões, com um terreno bem próximo do que vimos agora. Sou um piloto que sempre corri o do Enduro de Regularidade, e me deparei com algo totalmente diferente em tudo: estrutura, pontos físicos, pilotos, número de atletas, modalidades, categorias (agora diferenciadas pela cilindrada da moto) e por existir a Geral.

Me preparei bem durante o ano junto à equipe, organizamos estrutura, apoio, mecânicos, motocicleta e tudo que estava envolvido para participar da prova. Tive minhas limitações, por correr em uma CRF230cc em um terreno diferenciado, principalmente por ser uma prova tão longa como o Sertões.

No início da competição, tivemos o Prólogo, que definiu a ordem de largada para o primeiro dia de provas. Consegui andar bem e terminei na primeira colocação da minha categoria e o décimo sexto tempo no Geral - um ótimo resultado, visto o tamanho da prova e minha motocicleta.

Largamos então no primeiro dia. Senti de cara a grande diferença, por haver grandes deslocamentos antes do início das especiais - o que realmente testa a motocicleta e os pilotos até o início real da prova. A maior dificuldade que encontramos durante o rali, foi poupar o equipamento para o próximo dia. Como eu estava em uma motocicleta bem limitada, tínhamos que ‘economizar’ ao máximo. Tive também alguns problemas mecânicos e recebi ajuda de alguns pilotos para terminar as especiais.

No quinto dia, no início da especial da Maratona (onde os pilotos não possuem ajuda de mecânicos ao fim das especiais), sofri uma queda chegando a fraturar a clavícula, e ali, fui obrigado a dar adeus à briga pelo título de 2016.

De modo geral, o saldo foi positivo, consegui estrear bem na categoria e sentir o ‘peso’ do Rali dos Sertões. Ano que vem, certamente estarei correndo novamente. Uma fato que nos motiva bastante e chamou minha atenção, é o caráter social da prova, transformando as cidades e a vida das pessoas que habitam aqueles lugares esquecidos por muitos.

RESULTADOS / DIA

Prólogo (03/09) 
1. Jean Azevedo - 2min01 
2. Ramon Ssacilotti - 2min02 
3. Ricardo Martins - 2min03 

Etapa 1 (04/09) 
Goiânia (GO) – Padre Bernardo (GO) 

Deslocamento inicial: 248,43 km 
Trecho especial: 111,79 km 
Deslocamento final: 4,32 km 
Total do dia: 364,54 quilômetros 


1. Ramon Sacilotti - 1h38min24 
2. Jean Azevedo - 1h39min13 
3. Tunico Maciel - 1h39min17 
4. Ricardo Martins - 1h40min34 
5. Gregorio Caselani - 1h41min42 

Etapa 2 (05/09) 
Padre Bernardo (GO) – Cavalcante (GO) 

Deslocamento inicial: 34,27 km 
Trecho especial: 374,84 km 
Deslocamento final: 9,19 km 
Total do dia: 418,3 quilômetros 


1. Gregorio Caselani - 5h06min34 
2. Jean Azevedo - 5h09min19 
3. Ricardo Martins - 5h10min59 
4. Ramon Sacilotti – 05h18min28 
5. Eduardo Shiga – 5h21min49 

Etapa 3 (06/09) 
Cavalcante (GO) – Posse (GO) 

Deslocamento inicial: 22,95 km 
Trecho especial: 376,41 km 
Deslocamento final: 244,12 km 
Total do dia: 643,48 km 


1. Gregorio Caselani - 4h44min26 
2. Ramon Sacilotti - 4h47min07 
3. José Hélio - 4h56min20 
4. Eduardo Shiga - 4h58min03 
5. Rami Sfredo - 5h05min51 

Etapa 4 (07/09) 
Posse (GO) – Luís Eduardo Magalhães (BA) 

Deslocamento inicial: 14,62 km 
Trecho especial: 361,94 km 
Deslocamento final: 183,59 km 
Total do dia: 560,15 km 


1. Jean Azevedo - 3h22min49 
2. Tunico Maciel - 3h34min23 
3. Gregorio Caselani - 3h36min52 
4. Guilherme Cascaes - 3h33min57 
5. Zé Hélio - 3h39min06 

Etapa 5 (08/09) 
Luís Eduardo Magalhães (BA) – Mateiros (TO) 

Deslocamento inicial: 35,47 km 
Trecho especial: 425,67 km 
Deslocamento final: 00 km 
Total do dia: 461,14 km 


1. Jean Azevedo - 5h21min02 
2. Ramon Sacilotti - 5h24min24 
3. Gregorio Caselani - 5h24min27 
4. Tunico Maciel - 5h25min57 
5. Rami Sfredo - 5h26min37 

Etapa 6 (09/09) 
Mateiros (TO) – Ponte Alta (TO) 

Deslocamento inicial: 00 km 
Trecho especial: 514,98 km 
Deslocamento final: 5,97 km 
Total do dia: 520,95 km 


1. Jean Azevedo - 6h43min38 
2. Tunico Maciel - 6h47min29 
3. Gregorio Caselani - 6h48min28 
4. Ramon Sacilotti - 7h01min08 
5. Guilherme Cascaes - 7h44min44 

Etapa 7 (10/09) 
Ponte Alta (TO) – Palmas (TO) 

Deslocamento inicial: 4,61 km 
Trecho especial: 191,54 km 
Deslocamento final: 47,46 km 
Total do dia: 243,61 km
 

1. Jean Azevedo - 1h58min28 
2. Ramon Sacilottti - 2h03min33 
3. Gregorio Caselani - 2h05min15 
4. Tunico Maciel - 2h07min19 
5. Ezair Rodrigo Bossa - 2h07min19 

Classificação final após 7 etapas: 
1. Gregorio Caselani - 29h27min47 
2. Ramon Sacilotti - 29h58min34 
3. Eduardo Shiga - 31h44min25 
4. Guilherme Cascaes - 33h31min43 
5. Ezair Rodrigo Bossa - 33h44min45 

Resultados: Fonte MotoX.